Eu não sabia mas claro que ele sabia.....o maridoco sabe tudo. Quando li sobre a possível origem do croissant do livro
"A ponte das turquesas" fiquei encantada com os detalhes da descrição da Fernanda de Camargo-Moro. Sempre pensei que tivesse sido inventado na França mas caí do cavalinho. Lendo e aprendendo.....isso é bom demais. Aliás à medida que avanço minha leitura neste livro encantador tenho vontade de recomeçar tudo de novo. Segue abaixo o trecho do livro
"A ponte das turquesas", de Fernanda de Camargo-Moro sobre o croissant. Já falei
aqui e
aqui um pouco sobre o livro. Assim vocês podem ter uma idéia da riqueza de detalhes deste livro que tanto me fascina.
"As meias-luas folhadas pouco a pouco se tornaram uma lenda ligada ao café da manhã francês. Poder-se-ia dizer que elas receberam verdadeira cidadania francesa, tal o entusiasmo de franceses e não-franceses ao pedirem de manhã bem cedo um croissant bem quentinho. (...)
Mas por que esse nome? Tem a ver com a forma de Lua Crescente? Terá alguma coisa a ver com mulçumanos?
São duas lendas associadas à sua origem que se prendem ao Império Otomano, à Austria, Hungria e França, a padeiros especializados (...).
Uma delas diz que o croissant foi inventado em 1683, em Viena, capital do Império Austro-Húngaro. Na época, o Império Otomano se expandira pela Ásia Menor, África do Norte e os Bálcãs, chegando até as vizinhanças de Viena, capital da Áustria. Na tentativa de aumentar ainda mais suas possessões na Europa, já que a Grécia e outros países Balcânicos tinham se tornado turcos, eles tentaram se apossar do Império dos Habsburgos, o austro-húngaro, que servia de obstáculo às investidas turcas na Europa, a qual várias vezes haviam tentado invadir sem êxito.
Contam que no cerco de 1683 a Viena, quando os turcos-otomanos escavavam túneis durante a noite sob as muralhas da cidade, os padeiros da cidade, acordados por causa do pão do dia seguinte, deram o alarme e os turcos foram repelidos. Para comemorar a vitória sobre os inimigos graças à sua intervenção, os padeiros fizeram pães folheados com a forma do símbolo turco, o Quarto Crescente, para que os vienenses tivessem a oportunidade de, ao comê-los, destruir o símbolo dos seus inimigos. A mesma lenda é contada envolvendo a invasão de Budapeste, capital Húngara, em 1686.
Mais tarde, Maria Antonieta, a última rainha da França nascida na capital austríaca, Viena, ao se casar com o rei da França, ainda adolescente, trouxe o croissant, que era uma especialidade da sua preferência.
Verdade ou não, o que se sabe é que não existem registros de receitas para fabricar croissants em nenhum livro de culinária francesa antes do século passado. (...)
Há ainda uma outra teoria segundo a qual a criação do croissant passa das mãos dos padeiros austríacos ou húngaros para os turcos, que, desde sua época de nomadismo nas estepes, já faziam a yufka, dela nascendo os folheados."